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10 de maio de 2022
Escrito por
Lívia Faria
Durante esse final de semana assisti novamente a um dos meus TEDx preferidos, da autora da frase que dá título a esse artigo: a diretora de escola Linda Cliatt. Em sua palestra, Linda nos conta sua trajetória quando foi designada para um grande desafio: ser diretora de uma escola em uma região pobre da Filadélfia, categorizada como “de baixa performance e persistentemente perigosa” pelo estado.
O que sempre me marca desse vídeo, além da história, é a garra com que ela a conta, sua determinação relembrando cada momento com uma visão clara de onde queria chegar e, principalmente, como ela sabia que sozinha não iria a lugar nenhum. Era preciso envolver professores, funcionários e alunos para fazer qualquer mudança.
Como a Linda, em produto também é necessário envolver pessoas para entregar uma mudança e o caminho não é fácil, ser líder dentro do papel de Product Manager é ao mesmo tempo, solitário, estranho e extremamente necessário.
Você pode estar se perguntando: mas por quê?
Afinal, você não tem um time sob sua responsabilidade, não precisa fazer “one-on-ones” com ninguém, relatar desempenho, pensar em reconhecimentos e demissões e nem tem toda uma carga burocrática que se tem quando se é líder.
Para mim liderança não é sobre a parte burocrática; esse é o mínimo que as empresas tornam (ou deveriam tornar) obrigatório. Ser líder tem muito mais a ver com por que você quer ir para um lugar (já dizia Simon Sinek, autor do livro “Comece pelo Porquê”) e quem são as pessoas que vão com você.
Em produto, você é um líder sem time e você é a única pessoa com esse cargo na sua squad, porém, é a liderança que mais precisa envolver as outras pessoas a sua volta para chegar a algum lugar. Você é responsável pelo porquê, você é a guardiã que vai guiar as outras e as reconhecer pelo impacto e resultado que causaram.
Durante os últimos 3 meses, eu sabia que não importava o título, importava o quanto eu quero chegar nesse “lá”. E, afinal, uma pessoa PM geralmente não consegue escrever linhas de código, não faz o discovery sozinha e não atende clientes. Se um líder é uma pessoa que vai compartilhar sua visão e impulsionar outras em busca desse impacto, então a pessoa de produto tem que ser a pessoa que mais “transpira” liderança nesse raio e talvez até mais que alguém que tenha o título de “chefe”.
Se olharmos na escada de liderança do livro “Os 5 níveis da liderança” de John C. Maxwell, como a pessoa de produto não tem o cargo, ela tem que, ao menos, conquistar a confiança das pessoas a sua volta para já iniciar a partir do nível 2.
Por isso, durante esse último trimestre, dediquei muito tempo para criar um sentimento de time na squad em que atuo e me fazer presente nela, em deixar claro nosso porquês, para onde queremos ir e quem são nossos clientes. Em criar vulnerabilidade e pedir ajuda, em trazer as pessoas para pedir opinião, em receber feedbacks, em errar, em pedir desculpas e em querer todos os dias que todas as pessoas envolvidas cresçam junto com esse sonho de chegar “lá” e se sintam bem nessa jornada.
O tempo dedicado em se envolver com o time, em se importar, também é o seu papel e você é sim uma liderança. Você é a pessoa que fica para trás garantindo que todo mundo está indo para a direção certa. Por isso, “se for para liderar, então lidera!”
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